ADUNEMAT convoca docentes para ato estadual em defesa da recomposição salarial e contra a reforma administrativa na próxima segunda, 27, em Cuiabá

A Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (ADUNEMAT) reforça o chamado à mobilização estadual marcada para a próxima segunda-feira, 27 de outubro, às 13h30, na Praça Ipiranga, em Cuiabá. O ato público reunirá trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias do funcionalismo municipal, estadual e federal em uma grande mobilização unificada. As pautas centrais são a recomposição salarial de 19,52% para os servidores do Executivo estadual, o combate ao calote dos consignados, a luta contra a Reforma Administrativa (PEC 32/2020) — considerada pelos sindicatos um ataque direto aos direitos dos servidores e à estrutura do Estado brasileiro —, além da defesa do fim da alíquota de 14% cobrada de aposentados e pensionistas e da realização de concurso público para docentes da UNEMAT.

Convocada pelo Sintep-MT, a manifestação foi ampliada e ganhou força com a adesão de diversas entidades representativas, entre elas a ADUNEMAT, a Federação dos Servidores Públicos de Mato Grosso (FESSP), o Sinasefe-MT e vários outros sindicatos que compõem o campo de luta do funcionalismo.

Nos últimos anos, os servidores públicos de Mato Grosso acumularam uma das maiores perdas salariais do país. O índice de 19,52% reivindicado no ato corresponde à recomposição inflacionária que o governo do Estado se recusa a aplicar integralmente, mesmo diante de sucessivos recordes de arrecadação. “Um parecer do DIEESE mostra que os servidores têm cerca de 19,6% de perdas salariais não pagas pelo governo do Estado no último período, de 2018 para cá”, reforça Domingos Sávio. Para ele, é inaceitável que o governo se vanglorie de superávit fiscal enquanto os salários dos trabalhadores da educação, da saúde e da segurança pública seguem corroídos pela inflação.

A Reforma Administrativa, que o governo federal tenta retomar no Congresso Nacional, também está no centro das preocupações do movimento sindical. Denunciada por entidades e movimentos sociais como um projeto de desmonte do serviço público, a PEC 32 retira direitos, flexibiliza vínculos, abre espaço para privatizações e enfraquece a estabilidade — um dos pilares da administração pública republicana. “Ela é uma espécie de cavalo de tróia, porque vem embalada em medidas que são amplamente aceitas pela população, como o fim dos privilégios. Quem é contra o fim dos privilégios? Ninguém! O problema é que, dentro desse discurso, vêm ataques profundos aos direitos fundamentais dos servidores e à própria estrutura do Estado”, alerta Domingos Sávio, ao denunciar o caráter enganoso da proposta.

Em Mato Grosso, outras pautas também fortalecem a luta unificada, como a denúncia da chamada ‘farra dos consignados’ — que atinge diretamente o funcionalismo — e a revogação da alíquota de 14% cobrada dos aposentados e pensionistas.

Para os docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), a mobilização vai além da recomposição salarial. Ela expressa uma agenda histórica e urgente de reivindicações, que inclui a realização de concurso público para recompor o quadro docente da instituição. Há 13 anos não é realizado concurso na UNEMAT, e atualmente metade do corpo docente é composto por professores contratados temporariamente. A ADUNEMAT lembra que o concurso já está previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, faltando apenas a autorização do governador para sua execução.

Assessoria/Adunemat