ADUNEMAT repudia chacina no Rio e defende direitos e democracia: “Chacina não é política de segurança pública”


A Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (ADUNEMAT) publicou nesta sexta-feira (31) uma nota pública de repúdio ao que classificou como “a maior chacina da história do Rio de Janeiro”, ocorrida no último dia 28 de outubro, durante uma operação policial que deixou mais de 120 mortos, entre eles quatro agentes de segurança.
No texto, a entidade sindical afirma que o governo de Cláudio Castro (PL) “transformou a política de segurança pública em um projeto de extermínio da população negra, pobre e periférica”, denunciando o que chama de “violação do Estado Democrático de Direito”.
“O Estado, que deveria proteger vidas, tornou-se o principal agente da morte”, afirma a nota, destacando que as ações policiais continuam a mirar “os mesmos corpos de sempre, pretos, pobres e favelados, enquanto os chefes do crime organizado continuam protegidos pelos muros do poder”.
A ADUNEMAT defende que as investigações sobre o massacre sejam federalizadas e que as chacinas conduzidas por forças estaduais tendem a ficar impunes. O documento cita episódios como o Massacre do Jacarezinho(Rio de Janeiro), a Chacina do Cabula (Bahia) e a Operação Escudo (São Paulo) como exemplos de casos não esclarecidos.
“Exigimos que a investigação vá além das favelas e comunidades pobres. É preciso subir a cadeia de comando, alcançar quem autoriza, lucra e se beneficia com a política de morte que vem sendo aplicada no estado do Rio de Janeiro”, diz o texto.
A nota assinada pela diretoria da ADUNEMAT também faz uma crítica à relação entre o crime organizado, o sistema financeiro e o poder político, citando a operação “Carbono Oculto”, realizada em São Paulo, como exemplo de como “o dinheiro grosso do crime” termina nas grandes corporações e instituições financeiras.
“O crime é um negócio, e sua cadeia de comando termina na Faria Lima, na sede das fintechs, dos bancos e do capital financeiro”, afirma a entidade, questionando o papel do empresariado e de setores políticos na manutenção de desigualdades e da violência estatal.
O sindicato finaliza o texto reforçando a defesa da democracia, dos direitos humanos e dos serviços públicos, e responsabiliza o governador Cláudio Castro pela tragédia.
“Repudiamos profundamente o caminho da truculência e da barbárie escolhido pelo governo do Rio de Janeiro. Segurança e democracia caminham juntas quando o Estado atua com justiça e não com extermínio”, conclui a nota assinada pela Diretoria da ADUNEMAT.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA:


A nota também segue disponível para download no site, na aba notas, no link aqui: https://adunemat.com.br/wp-content/uploads/2025/10/NOTA-DA-ADUNEMAT-SOBRE-O-MASSACRE-DO-RIO-DE-JANEIRO.docx.pdf
Assessoria ADUNEMAT






