ADUNEMAT participa do XXI Encontro do Setor das IEES/IMES/IDES em Campina Grande/PB


Com o compromisso de fortalecer a voz docente e reafirmar a luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade, a ADUNEMAT – Seção Sindical do ANDES-SN esteve presente no XXI Encontro do Setor das IEES/IMES/IDES, realizado de 24 a 26 de outubro de 2025, em Campina Grande/PB. Representada pela professora Dinairan D. Souza, a entidade integrou um coletivo de 80 participantes, vindos de 20 sessões sindicais, que discutiram carreira, salário, condições de trabalho e os desafios impostos pela Reforma Administrativa.




A programação iniciou-se com a Mesa 1, que abordou salário, carreira e condições de trabalho. O professor Alexandre Galvão apresentou as diretrizes gerais para a carreira docente única, aprovadas no 15º CONAD, enfatizando a valorização do tempo de trabalho, atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como a titulação. Galvão destacou a importância de frear o produtivismo docente e evitar a formação de “classes” dentro da carreira, defendendo que a valorização salarial seja vinculada ao piso nacional, garantindo uma carreira justa e única.
A professora Amanda (UERJ) trouxe à discussão a necessidade de inclusão nos planos de carreira de medidas de combate ao assédio moral e sexual, à opressão e ao constrangimento derivados do produtivismo e da plataformização, que precarizam as condições de trabalho e contribuem para variados adoecimentos docentes. Ela alertou para a privatização silenciosa das universidades, que se dá por meio da plataformização e da sobrecarga de metas, sem o devido respeito à carga horária ou à infraestrutura necessária.
Na Mesa 2, os debates se concentraram em protocolos de combate às violências e na defesa das cotas ético-raciais e do letramento racial, com especial atenção à implementação de medidas nos concursos e vestibulares.
No dia 25, cada sessão sindical apresentou suas principais lutas e pautas, permitindo identificar consensos e prioridades da categoria.

A Mesa 3 discutiu os impactos da Reforma Administrativa sobre os serviços públicos, resultando em encaminhamentos estratégicos, enquanto a Mesa 4 abordou condições de trabalho, previdência e saúde docente, com apresentação de enquete realizada pelo Andes sobre docentes ativos e aposentados, cujos dados seguem sendo analisados pelas sessões sindicais.
No encerramento, em plenária realizada no dia 26, foram feitos avisos para envio de fotos das lutas sindicais de 2025 para publicação na revista do setor. Entre os encaminhamentos, destacam-se:
- A defesa dos fundos de previdência social, lembrando que o Brasil ainda mantém políticas de previdência que se encontram ameaçadas por experiências já em curso no Rio de Janeiro e em outros países da América Latina.
- A necessidade de aprofundar discussões sobre os impactos da Reforma Administrativa nos serviços públicos, envolvendo as sessões sindicais, a regional do Andes, movimentos de rua, panfletagem e articulação interna e externa às universidades. O objetivo é denunciar apadrinhamentos políticos, submissão a metas de avaliação e o comprometimento da gestão com privilégios.
- Aprofundamento do estudo da enquete sobre condições de trabalho e saúde docente, com apoio do Andes mediante solicitação à secretaria da entidade.
- Avaliação da possibilidade de greve geral dos servidores públicos.
Em avaliação sobre o encontro, a professora Dinairan D. Souza destacou a relevância do espaço para o fortalecimento das lutas das universidades estaduais, municipais e distrital:
“É um encontro muito importante, porque ele é um encontro menor e foca nas universidades estaduais, municipal e distrital. Ele conseguiu discutir a questão da carreira, salários e condições de trabalho de forma muito específica, que são as formas que atingem essas universidades. Foi um encontro extremamente importante para a gente pensar no desenho da carreira única, para construir essa carreira e para refletir sobre as principais questões que nos assaltam no momento, como o PL 38, que ensaia também no Brasil uma reforma administrativa que, de reforma, não tem nada, é uma contrarreforma que desfaz os serviços públicos e ameaça os fundos de previdência sociais. Conseguimos falar sobre isso, nos posicionar e tirar encaminhamentos importantes de lutas para as diversas seções sindicais presentes. A gente cresce muito e traz de lá também indicativos coletivos para serem operacionalizados nas seções sindicais.”
A fala da professora sintetiza o espírito do encontro: reflexão, resistência e ação coletiva diante dos desafios colocados à educação pública e aos direitos dos trabalhadores.
Assessoria ADUNEMAT






