Marcha das Mulheres Negras: ADUNEMAT se junta a mais de 300 mil mulheres em Brasília por Reparação e Bem Viver


Sindicato esteve representado na capital federal em ato histórico que marcou os 10 anos da primeira mobilização nacional; manifesto entregue reivindica reconhecimento da dívida histórica do Estado
A Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (ADUNEMAT) esteve presente na histórica Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, realizada nesta terça-feira (25/11), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A mobilização reuniu mais de 300 mil participantes vindas de todas as regiões do Brasil e de delegações internacionais, consolidando-se como um dos maiores atos políticos protagonizados por mulheres na história recente do país.
A marcha teve a participação da presidenta da seção sindical, Luciene Neves, que acompanhou a participação especial da professora aposentada e ex-presidenta do sindicato, Maria Ivonete, representando o compromisso do movimento docente e a luta das mulheres de Mato Grosso com a luta antirracista.


Uma década de luta e reivindicação
Dez anos após a primeira marcha, realizada em 2015 com cerca de 100 mil participantes, o movimento retornou a Brasília com força triplicada. O ato deste ano teve como pautas centrais a exigência de reparação histórica e a construção de um projeto de país baseado no “Bem Viver” — um conceito que une dignidade, preservação ambiental e justiça social.
Durante o ato, foi apresentado o Manifesto das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, documento que elenca 11 reivindicações centrais. Entre os pontos principais, o documento exige o Reconhecimento oficial, por parte do Estado, da dívida histórica com a população negra; A criação de um fundo nacional permanente para políticas de reparação; O fim do racismo religioso e da violência política de gênero; e Justiça econômica e garantia de direitos básicos como terra, moradia e saúde integral.











Para a professora Maria Ivonete, a participação na marcha simboliza a continuidade de uma batalha que atravessa gerações dentro e fora da universidade. “Essa é a nossa luta. Reparação ainda não aconteceu e o bem-viver nós estamos buscando para todos e todas e todos deste mundo”, declarou a ex-presidenta da ADUNEMAT, destacando o caráter coletivo e universalizante das reivindicações.

A presidenta Luciene Neves ressaltou que a presença da ADUNEMAT no ato reafirma a posição do sindicato de que não há democracia real sem o enfrentamento ao racismo estrutural. A marcha ocupou as ruas não apenas como denúncia, mas como um espaço de celebração da potência política e ancestral das mulheres negras.

O ato foi encerrado no final da tarde com apresentações culturais e a certeza de que a mobilização segue viva nos territórios, nas salas de aula e nas lutas sindicais.

Assessoria ADUNEMAT






