Em reunião, entidades e sindicatos iniciam articulação para ações conjuntas e construção de candidaturas do funcionalismo público para 2026; ADUNEMAT reforça a unidade e a continuidade da luta pela RGA


Em uma reunião marcada pelo aceno político e pela defesa do serviço público, a Federação Sindical dos Servidores Públicos de Mato Grosso (FESSP-MT) reuniu nesta terça-feira (09/12), em Cuiabá, entidades sindicais e associativas de servidores municipais, estaduais e federais. A ADUNEMAT, representada pela presidenta, professora Luciene Neves, esteve presente e teve voz ativa ao reforçar que, além da construção de unidade para 2026, uma pauta que segue unificando toda a categoria é a luta pela Revisão Geral Anual (RGA).
Durante a reunião, as entidades presentes relataram um quadro de desmonte do diálogo institucional no Estado: mesas de negociação esvaziadas, ausência de canais permanentes de negociação e um processo contínuo de desconsideração do papel histórico dos sindicatos. Segundo dirigentes, a postura do governo representa uma “negação de direitos consolidados” e um ataque ao serviço público como política de Estado.
Nesse ambiente de desgaste e crescente tensionamento, a FESSP-MT destacou o recente veto do governador ao Projeto de Lei do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, aprovado na CCJ e no Plenário da Assembleia Legislativa, como um episódio que ultrapassa a esfera do Judiciário e atinge todo o funcionalismo. Para a Federação, o veto é “uma afronta institucional”, uma tentativa explícita de controle político e enfraquecimento das estruturas públicas.







Articulação para 2026: candidaturas da base sindical
Diante desse cenário, as entidades deliberaram unanimemente pela necessidade de fortalecer a unidade política do movimento sindical e iniciar a construção de candidaturas oriundas do próprio funcionalismo para disputar vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal em 2026. Dirigentes presentes já manifestaram disposição para integrar esse debate, e novas reuniões devem ocorrer nas próximas semanas.
RGA na pauta
Embora a reunião tivesse como eixo principal a articulação eleitoral, a ADUNEMAT reforçou que a luta cotidiana não se descola da luta eleitoral: a RGA é o ponto de convergência das categorias do serviço público.
A professora Luciene Neves enfatizou que a recomposição salarial é uma pauta de reivindicação importante e que precisa mobilizar todas as entidades, especialmente as que representam servidores do Executivo, responsáveis pela maior parcela da defasagem acumulada.
“A pauta que nos unifica é a RGA. Precisamos chamar todos os servidores e servidoras do Executivo e dos outros poderes para fortalecer essa luta”, afirmou a presidente da ADUNEMAT.
Defasagem salarial chega a quase 20%
O relatório mais recente do DIEESE, elaborado em parceria com a FESSP-MT, escancara a dimensão do problema. Nos últimos oito anos, a defasagem salarial acumulada alcança 19,52% pelo IPCA/IBGE, índice oficial que mede a inflação no país.
Entre 2017 e 2025, a inflação acumulada foi de 57,18% (INPC) e 58,03% (IPCA), enquanto os reajustes concedidos pelo Estado somaram apenas 32,22%. Em anos como 2018, 2019 e 2021, o índice da RGA foi simplesmente zero. Nos demais, os percentuais ficaram sempre abaixo da inflação, corroendo sistematicamente o poder de compra dos servidores.
Para Luciene, o quadro de passivos mostra que a luta pela RGA não é uma demanda isolada, mas sim um projeto de recomposição da dignidade do funcionalismo: “A ADUNEMAT seguirá ao lado das demais entidades, somando forças para ampliar mobilizações, fortalecer a unidade e garantir que a RGA volte ao centro da agenda política do Estado”, reforçou.
Assessoria ADUNEMAT
Fotos: FESSP-MT






