Em reunião com presença da ADUNEMAT, Fecomércio declara apoio ao movimento sindical unificado e defende a recomposição salarial dos servidores públicos

Em uma reunião realizada na quinta-feira (03/04) na sede da Fecomércio, em Cuiabá, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso selou seu apoio ao movimento sindical unificado, que luta atualmente pela recomposição salarial dos servidores públicos estaduais. A presença de líderes sindicais de mais de 15 carreiras do funcionalismo público – incluindo a presença da presidente da ADUNEMAT-, deputados estaduais e representantes da Federação dos Servidores Públicos de Mato Grosso (FESSP/MT) destacou a união entre os setores empresarial e sindical em prol dos servidores e suas pautas de reivindicação.

O presidente da Fecomércio, José Wenceslau de Souza Júnior, declarou o apoio durante o encontro, ressaltando a importância da recuperação do poder de compra dos servidores para o aquecimento da economia local. “A perda salarial do funcionalismo impacta diretamente o comércio. Quando o servidor público não tem seu poder de compra restaurado, o comércio sente na pele, pois o dinheiro não circula. O apoio à recomposição é fundamental para manter a saúde econômica do estado”, afirmou.

A pauta central do encontro foi a recomposição das perdas salariais dos servidores públicos, que foram acumuladas nos últimos anos devido à não aplicação da Revisão Geral Anual (RGA) entre 2019 e 2021.  De acordo com os sindicatos, mais de 100 mil servidores estaduais foram afetados diretamente, com uma perda real que pode ultrapassar a casa dos 20% nos salários, o que, como destacou o deputado Lúdio Cabral (PT), gerou um impacto negativo na economia local. Para ele, a recuperação salarial poderia fortalecer o comércio e impulsionar a economia mato-grossense. Apesar do apontamento dos mais de 20%, atualmente, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) está conduzindo um estudo técnico para calcular o índice exato dos passivos da RGA de 2019 a 2021, ainda não pagos pelo governo.

Além dos passivos da Revisão Geral Anual (RGA), outro ponto debatido na reunião foi a PEC 01/2025, que trata da RGA e propõe estabelecer a data-base e o índice de reajuste anual a ser aplicado aos servidores do Poder Executivo. Também foi discutida a cobrança de 14% de alíquota previdenciária sobre aposentados e pensionistas, medida considerada abusiva pelas entidades sindicais. 

A presidente da FESSP/MT, Carmem Machado, também enfatizou a relevância do apoio da Fecomércio para as reivindicações dos servidores. “É um momento histórico quando duas federações se unem em prol de um objetivo, que é melhorar a economia dos servidores e, consequentemente, da economia de Mato Grosso.” Para se ter ideia, apenas em março, os salários pagos aos servidores do Poder Executivo injetaram mais de 700 milhões de reais na economia do estado.

Luciene Neves, presidente da Associação dos Docentes da Unemat (ADUNEMAT), onde majoritariamente os servidores estão no interior do estado, destacou a importância da mobilização estadual. “Estamos seguindo a agenda de mobilização em defesa da valorização dos servidores, e percebemos como a economia também é fortalecida pelos trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos, especialmente no interior do estado, onde a atuação dos professores da Unemat é predominante. A recomposição salarial é uma pauta comum que impacta diretamente nossa categoria, tanto os servidores ativos quanto os aposentados e pensionistas. A luta é de todos nós, e o apoio da Fecomércio é fundamental para a força dessa mobilização”, destacou Luciene.

Como parte da mobilização, o encontro propôs a criação de um selo “Comércio Amigo do Servidor Público”, que visa estreitar ainda mais a colaboração entre as entidades sindicais e o setor empresarial. A ideia é mostrar que a valorização do funcionalismo público é uma estratégia para o crescimento e a melhoria da economia e também da qualidade de vida de todos os mato-grossenses que são atendidos diariamente pelos servidores em todo o estado, seja na saúde, na educação, na segurança pública e em tantos outros serviços. Outro encaminhamento da reunião foi uma carta de apoio, com participação da Fecomércio para ajudar nos índices que a entidade já possui.

Com o apoio da Fecomércio, o movimento sindical unificado de Mato Grosso ganha ainda mais força, intensificando a pressão para a abertura de uma mesa de negociação com o governo estadual, com foco na garantia, especialmente, do pagamento dos passivos em atraso. Vale ressaltar que a reunião faz parte da agenda da comissão técnica formada pela ALMT e pela Federação dos Sindicatos, cujo objetivo é dialogar com todos os poderes, além do setor comercial e industrial, sobre as pautas de reivindicação dos servidores públicos de Mato Grosso.

Fonte: Assessoria/ADUNEMAT